domingo, 14 de março de 2010

Novas fronteiras agrícolas do Brasil


Estados como Mato Grosso do Sul, Bahia e Rondônia estão vivendo uma revolução no campo: produtores apostam na pecuária leiteira como alternativa de renda. Nos últimos 10 anos, a produção de leite de Rondônia cresceu 38,7%. Na Bahia, apesar da redução, houve mudança na pecuária, com tecnificação e investimento no Oeste, onde uma indústria americana deve se instalar. Ao mesmo tempo, grandes estados produtores também vislumbram mudanças em suas bacias.
A produção leiteira na região de Barreiras (BA), que já se desenvolve com a caprinocultura, será impulsionada com a inauguração da fábrica do Grupo Amero Participações e Negócios, prevista para o próximo mês, segundo Luiz Rebouças, diretor da Divisão de Pecuária da Secretaria de Agricultura da Bahia. “Além da fábrica, os americanos devem implantar uma fazenda altamente tecnificada, com os animais em confinamento”, explica Rebouças. O projeto atende desde a produção de forragens até a industrialização do leite, com investimentos de US$ 800 milhões em 10 anos.
Minifúndios
Em Mato Grosso do Sul, há um processo de transformação das grandes propriedades em minifúndios e a produção leiteira acaba se destacando como alternativa de renda. “O leite é viável para pequenas propriedades”, diz Ademar Silva Júnior, diretor-secretário da Federação de Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul). Para o técnico, a localização das bacias leiteiras está ligada ao mercado consumidor. A proximidade de áreas agrícolas para o barateamento dos custos ainda não influencia na localização das bacias em Mato Grosso do Sul, na avaliação de Silva Júnior, porque os pecuaristas do estado ainda não são tecnificados e, portanto, não suplementam os animais na seca.
Também em busca dos centros consumidores, está Rondônia, onde a produção de leite fica próxima à divisa com o Mato Grosso. “O desenvolvimento está ligado à colonização e ao financiamento do Banco do Amazonas, via Fundo Constitucional do Norte (FNO)”, conclui Francisco Ferreira Cabral, presidente da Federação de Agricultura do Estado de Rondônia (Faer).
Entre os grandes produtores de leite do País, também se verificam mudanças na pecuária. No Rio Grande do Sul, a tendência dos últimos anos é de migração para o Norte e o Centro, visando à diversificação da produção. Com o mesmo objetivo, a pecuária leiteira do Paraná começou a se deslocar para o Sudoeste. A região de Pato Branco é a mais emergente. “É um modo de revitalização econômica da área. Além disso, a pecuária leiteira possibilita o uso da mão-de-obra familiar”, afirma Wilson Thiesen, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindileite).
Em Goiás, o Sul e o Sudoeste despontam. “Há matéria-prima barata (a região produz soja e milho) e terras planas, que facilitam o manejo do gado”, explica Edson Novaes, economista da Federação de Agricultura do Estado de Goiás

Nenhum comentário:

Postar um comentário